terça-feira, 27 de março de 2007

Mais do que aulas, queremos respeito!

Nós do movimento discente que estivemos no Colégio Episcopal para exigir um posicionamento em relação à crise da Unimep, novamente ficamos bastante decepcionados, em especial, com a resposta enviada à comunidade. Explicamos:
Primeiramente porque só se propuseram a ouvir o mesmo que desde dezembro já vínhamos falando, ainda que destacados os novos fatos, que a nosso ver já deveriam tem conhecimento, dada a influência que exercem sobre a administração das escolas metodistas e, em especial, a Unimep. Será que se pode considerar respeito aos segmentos da vida institucional e da universidade, esse silêncio tão prolongado sobre uma situação já há muito insustentável?
Em segundo lugar porque se mantém um olhar para a crise financeira sobrepujando os chamados valores “do saber, justiça, paz, solidariedade e integridade da vida”, já que eles entendem que a Unimep só está nessa crise porque não seguiu as trilhas das demais universidades que só se pautaram pelo mercado e não pelos valores que reafirmam em seus documentos e nesse no qual se posicionam sobre a Unimep em particular.
Além disso, em nenhum momento cogitaram abrir mão dos lucros (mesmo propagando a Unimep como uma entidade filantrópica) que além de terem sido utilizados para aumentar o patrimônio imóvel da universidade em mais de 200%, ainda rende para as associações metodistas um valor bastante alto em forma de aluguéis, condomínios, donativos, etc. conforme os demonstrativos apresentados pela reitoria ao Ministério Público do Trabalho.
Ou seja, seria um diálogo essa conversa que não propõe soluções nem flexibiliza seus pontos de vista? Se a Igreja Metodista impõe seu representante (na democracia se elege!), porque não corrigi-lo quando se o vê tomando rumos que distorcem a missão educacional? Valem mais as verbas que o(s) verbo(s) [ide e ensinai]?
Não seria possível nem ao Colégio Episcopal “desfazer o nó”, apresentando as contas da Unimep de forma mais convincente e real, sem rubricas que escondem o destino dado ao capital financeiro, de forma a não proteger possíveis falcatruas, mas indicar de que forma sua missão está de fato atrelada ao uso do dinheiro?
Esse sim poderia ser um bom começo para intermediar o diálogo entre a atual reitoria e a comunidade acadêmica, pois sem confiança, nenhuma crise pode ser superada, ainda mais com uma figura que diz uma coisa e faz outra sem nenhuma vergonha de não fazer sua palavra ter valor!
Será que o Colégio Episcopal não entende que não é fácil estudar numa instituição cujo representante é considerado um ditador que não cumpre acordos? Se para uma empresa que fabrica porcas e parafusos não é relevante o empregado que realiza essa tarefa, o mesmo não acontece quando se trata de educação: nem professores nem alunos são objetos que podem ser descartados, ao contrário, sem eles não há educação nem ocasião para que a Igreja exerça sua missão!
Os acadêmicos, mais de 12 mil, dada a crise, tentam superar suas diferenças em busca de uma solução comum a todos, isso não seria possível à Igreja? Porque temos que pagar pelas mudanças de rumo do metodismo? Não foi devido ao rumo atual que a Unimep construiu seu nome, portanto não foi em busca desse novo norte que viemos estudar nessa instituição!
Consideramos que a capacidade intelectual da academia tem sido subestimada, pois se tem priorizado a busca de soluções “de confessionário” que há muito mostram não surtir os efeitos desejados: já se propuseram soluções pactuadas que foram descartadas sem um “diálogo aberto, respeitoso, justo, fraterno e transparente”!
Assim, se o respeito nas relações deve ser mútuo, esperamos que nossa relação com aqueles que detém o poder sobre os rumos da universidade não seja agravada ainda mais pela falta de respostas a nossas indagações.
Nós, estudantes, temos fome de saber e participação. E vocês, reverendos, têm fome de quê?

Movimento Estudantil

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